Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
Déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
neruda
segunda-feira, 21 de abril de 2008
sábado, 12 de abril de 2008
Doce Mistério da Vida
Minha vida que parece muito calma
Tem segredos que eu não posso revelar
Escondidos bem no fundo de minh'alma
Não transparecem nem sequer em um olhar
Vive sempre conversando à sós comigo
Uma voz eu escuto com fervor
Escolheu meu coração pra seu abrigo
E dele fez um roseiral em flor
A ninguém revelarei o meu segredo
E nem direi quem é o meu amor
terça-feira, 8 de abril de 2008
Moda Do Corajoso
Maria dos meus pecados...
Maria, viola de amor...
Já sei que não tem propósito
Gostar de donas casadas,
Mas quem que pode com o peito!
Amar não é desrespeito,
Meu amor terá seu fim.
Maria há-de ter um fim.
Quem sofre sou eu, que importa
Pros outros meu sofrimento?
Já estou curando a ferida.
Se dando tempo pro tempo
Toda paixão é esquecida.
Maria será esquecida.
Que bonita que ela é!... Não
Me esqueço dela um momento!
Porém não dou cinco meses,
Acabarão as fraquezas
E a paixão será arquivada.
Maria será arquivada.
Por enquanto isso é impossível.
O meu corpo encasquetou
De não gostar senão de uma...
Pois, pra não fazer feiúra,
Meu espírito sublima
O fogo devorador.
Faz da paixão uma prima,
Faz do desejo um bordão,
E encabulado ponteia
A malvadeza do amor.
Maria, viola de amor!...
mário de andrade
Maria, viola de amor...
Já sei que não tem propósito
Gostar de donas casadas,
Mas quem que pode com o peito!
Amar não é desrespeito,
Meu amor terá seu fim.
Maria há-de ter um fim.
Quem sofre sou eu, que importa
Pros outros meu sofrimento?
Já estou curando a ferida.
Se dando tempo pro tempo
Toda paixão é esquecida.
Maria será esquecida.
Que bonita que ela é!... Não
Me esqueço dela um momento!
Porém não dou cinco meses,
Acabarão as fraquezas
E a paixão será arquivada.
Maria será arquivada.
Por enquanto isso é impossível.
O meu corpo encasquetou
De não gostar senão de uma...
Pois, pra não fazer feiúra,
Meu espírito sublima
O fogo devorador.
Faz da paixão uma prima,
Faz do desejo um bordão,
E encabulado ponteia
A malvadeza do amor.
Maria, viola de amor!...
mário de andrade
quinta-feira, 3 de abril de 2008
terça-feira, 1 de abril de 2008
Beijos mais beijos,
Milhões de beijos preferidos,
Venho de amores com minha amada,
Insaciáveis.
Rosas mais rosas,
Milhões de rosas paulistanas,
Venho de sustos com a minha amiga,
Implacáveis.
Luzes mais luzes,
Luzes perdidas na garoa,
Trago tristezas no peito vivo,
Implacáveis.
Ideais, ideais,
Ideais raivosos do insofrido,
Trago verdades novas na boca,
Insaciáveis.
Jornais, jornais,
Notícias que enchem e esvaziam,
- Me dá uma bomba sem retardamento,
Implacável!
Horas mais horas,
Rio de meu mistério esquivo,
- Me dá violetas pelos meus dedos
Insaciáveis...
mário de andrade
Milhões de beijos preferidos,
Venho de amores com minha amada,
Insaciáveis.
Rosas mais rosas,
Milhões de rosas paulistanas,
Venho de sustos com a minha amiga,
Implacáveis.
Luzes mais luzes,
Luzes perdidas na garoa,
Trago tristezas no peito vivo,
Implacáveis.
Ideais, ideais,
Ideais raivosos do insofrido,
Trago verdades novas na boca,
Insaciáveis.
Jornais, jornais,
Notícias que enchem e esvaziam,
- Me dá uma bomba sem retardamento,
Implacável!
Horas mais horas,
Rio de meu mistério esquivo,
- Me dá violetas pelos meus dedos
Insaciáveis...
mário de andrade
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